Descobertas em 78 RPM

Estava se inventando a música popular. No começo do século passado, era tudo novidade: gravações de som, consumo de massa, as rádios, o Brasil urbano. E os discos, feitos então de cera de carnaúba e goma-laca, com uma faixa de cada lado e girando a 78 rotações por minuto em fonógrafos e eletrolas. Como um universo à parte, sempre presente em nós, próximo e distante, a música brasileira feita entre os anos 1920 e 1950, podemos ver hoje, é dotada não só de uma constante e fundamental criatividade como de uma variedade que define toda nossa cultura.

Há músicas fantásticas que você conhece e há muitas, muitas músicas incríveis,que nem desconfiávamos. Há sambas e há marchinhas. E há frevos e choros e tangos e batuques e jongos, emboladas, cocos,macumbas, gêneros que se definem e estilos que se criam, músicas que estão vivas e presentes até hoje.

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“Desde 1888 o engenheiro germano-americano Emilio Berliner havia criado o fonógrafo de discos metálicos com a trilha de gravação em espiral, e em 1900, ao mudar a matéria-prima das chapas, abandonando o alumínio pelos discos na base da definitiva mistura de goma-laca em pó da Índia, barita e algodão, começaria logo a gravar músicas do repertório internacional, usando bandas militares de vários países europeus. e – surpresa – entre essas músicas se incluiria, ainda em 1901, o maxixe Fandanguaçu, do clube dos Democráticos do rio de Janeiro”.

José ramos tinhorão, em Os sons que vêm da rua.


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