Manoel de Nóbrega

A história do rádio e da televisão brasileira se confundem com a carreira do radialista, escritor, autor e diretor Manoel de Nóbrega.

 

 

 

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Embora tenha nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, foi em São Paulo que Manoel de Nóbrega pôde destilar e desfilar toda a sua imensa criatividade.

Que o digam as rádios Cultura, Nacional, Tupi, Record e Cruzeiro do Sul que puderam disponibilizar seus microfones para veicular criações como “Domingo Sem Bola”, “Zé da Bronca” e o famoso “Programa Manoel de Nóbrega”, que – dentre vários artistas – revelou o comediante Ronald Golias e um certo locutor de cabine chamado Sílvio Santos.   

E para a televisão, Nóbrega não teve diferente importância. Iniciou na TV Paulista (hoje TV Globo), tendo passado, na sequência, pela TV Record, TV Tupi e TVS.

Foi, aliás, na TVS, que Manoel de Nóbrega intermediou com o governo federal a concessão do canal para o empresário Senor Abravanel, o próprio Sílvio Santos.

Pelas lentes da TV, Manoel de Nóbrega criou programas importantes, tais como “Não Durma No Ponto” e – o mais famoso deles – A Praça da Alegria, que surgiu em 1956.

Foi na Praça da Alegria que surgiram seus principais personagens: Canarinho (o próprio), A Velha Surda (Rony Rios), O Homem de Itu (Simplício), A Mulher do Oscar (Consuelo Leandro), Catifunda (Zilda Cardoso), O Homem do Livro (Walter D’Ávila), A Fofoqueira (Maria Tereza), Pacífico (Ronald Golias), e muitos outros.    

Manoel de Nóbrega era um homem de grande sensibilidade e vasta cultura. Gostava de literatura, pintura, cinema, música. Foi o gosto pela música que o levou a gravar algumas músicas para o carnaval. Aliás, nas décadas de 50 e 60 era muito comum ver-se artistas – sobretudo humoristas e comediantes – gravando músicas e marchinhas carnavalescas. Ronald Golias, Sílvio Santos, Chacrinha, Paulo Silvino, os palhaços Arrelia e Pimentinha, Agildo Ribeiro e Chico Anysio são alguns dos muitos exemplos. A gravação tinha um caráter de dupla diversão: para o público e para o artista.

Muitas dessas gravações ficaram perdidas pelo tempo e pelo espaço. Quem deseja pesquisar, encontra muita dificuldade para obter referência.

Algumas delas foram resgatadas e hoje são mantidas no acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga.

Assim sendo, temos o prazer de apresentar as músicas gravadas por Manoel de Nóbrega numa homenagem ao homem de rádio e televisão, que mesmo quando se divertia o fazia de forma generosa, procurando dividir a diversão com o seu público.

Magalhães Júnior

 


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